quinta-feira, 17 de junho de 2010

Egito não impõe prazo para fechar passagem à Gaza

08/06/2010-02h31 - Folha de São Paulo

Um funcionário da segurança do Egito afirmou que o bloqueio imposto pelo país desde 2007 à faixa de Gaza, em apoio a Israel, ficará suspenso por tempo indeterminado. O Cairo controla a única passagem para Gaza, em Rafah, livre de supervisão israelense. O rigor na medida levou o governo israelense a atacar militarmente uma frota humanitária que tentava chegar ao litoral de Gaza, na última segunda-feira, deixando nove ativistas mortos.

Logo depois do ataque, em uma aparente tentativa de, aos olhos dos vizinhos, afastar-se do polêmico bloqueio, o Egito decidiu abrir a sua passagem em Rafah. O Hamas, que também fiscaliza quem chega a Rafah, agradeceu a iniciativa do Cairo, mas disse esperar que todos possam em breve viajar sem restrições.

O governo israelense não protestou oficialmente contra a abertura, mas alega que o bloqueio serve para impedir que armas cheguem aos membros do Hamas, que controla a região e, antes da megaofensiva israelense realizada na virada de 2009, atacava periodicamente o território judaico, causando a morte de vários civis israelenses. O único escape da população ao bloqueio é o contrabando praticado por meio de túneis clandestinos construídos sob a fronteira com o Egito.

O vice dos EUA, Joe Biden, disse ontem, depois de reunir-se com o ditador egípcio, Hosni Mubarak, no resort de Sharm el Sheikh, que os dois países estudam meios de "abordar os aspectos humanitários, econômicos, de segurança e políticos da situação em Gaza".

Embora a passagem de Rafah esteja oficialmente aberta, os oficiais permitem que apenas um grupo restrito de pessoas entre em território egípcio --principalmente pacientes, estudantes de universidades estrangeiras e os que têm endereço no exterior. Da mesma forma, a entrada de ajuda humanitária é permitida, mas carregamentos grandes e materiais de construção continuam vetados, revelou um agente de fronteira, sob o argumento de que a passagem é destinada a pessoas.

No Cairo, oficiais informaram que o chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, irá a Gaza nos próximos dias tentar avançar o diálogo de reconciliação entre o Hamas e o partido secular Fatah, do presidente Mahmoud Abbas. Na semana passada, a Liga Árabe afirmou que iria ao Conselho de Segurança da ONU pediu o fim do bloqueio a Gaza.

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