sábado, 25 de setembro de 2010

Caligrafia Árabe

A caligrafia é a mais sublime das artes islâmicas e a expressão mais típica do espírito muçulmano. "O teu Senhor – revela o Alcorão -, ensinou ao homem o que ele não conhecia”. Como Deus, por intermédio do anjo Gabriel, falou em árabe e as Suas palavras foram escritas em árabe, a língua e a escrita são consideradas tesouro inestimável por todos os muçulmanos. Só entendendo-as os homens poderiam esperar compreender o pensamento de Deus. Os muçulmanos não podiam ter uma missão mais importante que a de conservar e transmitir tesouro tão valioso. Por isso, usaram a caligrafia como expressão religiosa e, no decorrer do tempo, a escrita tornou-se uma arte muito respeitada.

A caligrafia árabe foi considerada, para o Islã, como uma arte estética de grande importância, pois reflete o espírito da civilização árabe-islâmica. Ao formar os caracteres da escrita à sua maneira, com muito gosto e finura, a caligrafia provou que as letras podiam se transformar em um instrumento dócil capaz de fazer resplandecer a beleza e extrema delicadeza dos caracteres árabes. Em pouco tempo a caligrafia árabe progrediu e se tornou um meio de ornamentação.

"Os caracteres árabes, fazem parte integrante de duas artes importantes de que se orgulha a civilização árabo-islâmica: o arabesco e a arte de formar as letras". É, portanto uma simbiose de múltiplos elementos. Isto, naturalmente, contribui para fazer sobressair o seu esplendor estético.

Para atingir o ideal, o calígrafo inspirou-se na arquitetura árabe, nos valores espirituais do Islã e nas formas abstratas que são muito apreciadas no mundo islâmico. Estas formas, no entanto, são os símbolos de uma espiritualidade avançados e de um sentido da estética refinados.

Os caracteres árabes são de uma maleabilidade incomparável. Podem ser talhados de diferentes maneiras para tomar, finalmente, a forma de um monumento, de uma flor, de um vaso, de um pássaro, de um qualquer animal. Isto lhe confere, praticamente, uma riqueza ornamental ilimitada. Assim, o "Thoulth" reflete o brotar da alma e arrojar-se em direção ao infinito. O "Nouskh" distingue-se pela sua elegância e a sua provocação do sentimento estético, enquanto que o "Koufi" significa estabilidade e constância. Os especialistas concordam em dizer que os caracteres são tão delicados e tão maleáveis que podem, de fato, tomar toda a espécie de formas geométricas e artísticas.

Fonte:  Site Tenda Árabe :http://www.tendarabe.com/conteudo/caligrafia-arabe - Acessado em 25 de setembro de 2010.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Estilista belga lança coleção de véus islâmicos modernos

Uma estilista belga está ganhando reconhecimento internacional com uma coleção de véus islâmicos feitos para a mulher moderna. As peças utilizam tecidos maleáveis e trazem detalhes inusitados, que os diferenciam dos hijabs tradicionais.


"Já passou da hora de as pessoas entenderem que o hijab não é um símbolo de opressão contra a mulher muçulmana, mas uma escolha que ela faz", disse Fatima Rafiy à BBC Brasil.

A estilista belga acredita que o hijab (que cobre parcialmente o rosto) é um acessório que pode ser usado não apenas por jovens muçulmanas como também por não islâmicas. Para provar isso, ela criou, juntamente com a sócia Inge Rombouts, a grife NoorD'Izar.

Na coleção de Rafiy, as cores sóbrias dão lugar a tons de roxo, verde e prata. Um modelo indicado para a prática de esportes é feito de tecido mais maleável, de fibras sintéticas como elastano e viscose stretch.

Outros hijabs trazem detalhes inusitados como pele falsa de animal e espaço para encaixar os óculos (tarefa mais complicada nos véus tradicionais). "Com as minhas criações quero dar às muçulmanas algo novo, contemporâneo, que elas possam usar com orgulho", diz a estilista.

A ideia deu certo. E os hijabs criados por elas extrapolaram a comunidade muçulmana e começaram a fazer sucesso entre não islâmicas.

O reconhecimento começou na própria Bélgica assim que lançaram a coleção, em abril de 2009. Em seguida, vieram elogios e encomendas de outros países, principalmente depois que elas apresentaram as peças na Semana de Moda de Paris, neste ano.

A editora de moda do site Tribaspace, Catherine Levy, disse que "os véus combinam alta-costura com conforto". "Adorei a faixa na cabeça presente em todos os hijabs, colocando fim naquela dificuldade que era enrolar os lenços, cheio de alfinetes", disse ela.

Segundo Rafiy, sua coleção tem apelo para o público não muçulmano. "Acho que elas (não muçulmanas) gostam porque são peças diferentes de tudo. Alguns modelos, como o Jazz e o Jady, podem ser um ótimo acessório para não muçulmanas que querem acrescentar algo ao visual", diz Rafiy.

Para a estilista, a nova coleção, que será lançada em dezembro, faria sucesso no Brasil. "São hijabs coloridos e divertidos, que combinariam perfeitamente com a personalidade dinâmica das brasileiras."
Fonte: Folha.com 21/09/2010 - 07h20

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Conheça os diferentes véus islâmicos: hijb, niqab, chador e burca

Senado francês aprovou, esta terça-feira, a lei que proíbe o uso do véu integral

O Senado francês aprovou, esta terça-feira, a lei que proíbe o uso do véu islâmico integral — burca e niqab — em espaços públicos da França a partir da primavera boreal de 2011. O véu islâmico, que muitas muçulmanas usam para ocultar pelo menos parcialmente o rosto e às vezes também o corpo, se inscreve em tradições que datam antes do próprio Islã.

O uso do véu para mulheres era comum entre os judeus desde tempos imemoriais, segundo a Bíblia, e já existia entre os árabes antes do advento do Islã. Os diferentes véus islâmicos são os seguintes:

BURCA


Na origem, a "burca" é o traje tradicional das tribos pashtuns no Afeganistão. Este longo véu, de cor azul ou marrom, cobre completamente a cabeça e o corpo da mulher muçulmana, e tem apenas uma rede sobre os olhos.
Há alguns anos a "burca" virou, aos olhos do mundo ocidental, o símbolo do regime talibã no Afeganistão, que tornou seu uso obrigatório.

 

NIQAB

O "niqab" é o equivalente árabe da "burca" e se disseminou por influência wahabita. Este grande véu é complementado por um pedaço de tecido, que só deixa os olhos expostos. Algumas mulheres o vestem acompanhado de óculos e luvas.

O "niqab" tem sua origem etimológica na palavra árabe "naqaba", que significa "esburacar", porque buracos no tecido às vezes servem para deixar os olhos livres. 



HIJAB

O "hijab" (o "hijeben", em dialeto magrebino) tem origem na palavra árabe "hajaba", que significa esconder, se ocultar dos olhares, estabelecer distância. Este véu esconde os cabelos, as orelhas e o pescoço, e só deixa visível o rosto.
Promovido pela Irmandade Muçulmana, organização com vínculos políticos com o Islã, costuma ser usado em conjunto com uma túnica ou um casaco impermeável.

Seu uso é disseminado no mundo muçulmano, substituindo roupas tradicionais que remontam à época romana como o "haik", do norte da África, uma grande peça de lã ou algodão de 5 m por 1,6 m, que disfarça as formas do corpo e esconde o rosto.

O véu também se chama "litham" (esconde nariz) ou "khimar", termo genérico que designa tudo o que cobre a cabeça e que em geral chega até a cintura, como o xale, a echarpe e a mantilha.


CHADOR

O chador (do persa "chaddar") é uma vestimenta tradicional das mulheres do Irã e cobre seu corpo dos pés à cabeça, sendo usado sobretudo pelas seguidoras do islamismo.

Trata-se de um pedaço de tecido semicircular, aberto na frente, que não costuma ter espaço para as mãos, nem fecho. É preso com as mãos ou com os dentes, ou envolvendo suas extremidades em volta da cintura.


 
Fonte: Zero Hora, edição de 15/09/10


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